« Quem me dera que isso não fosse assim
Que o que era bom durasse e ficasse para sempre até ao fim
Dos dias que chegaria o nosso físico final
Entrar nas ondas sonoras, tornar o meu sound consensual
Que entendesses e desses valor em vez de testes
Que entrasses por vezes na cabeça para ver se sentes
Se no meu lugar estivesses, se tu soubesses
O que na altura sentia, se tu soubesses
Que a simplicidade do querer fosse sempre recíproca
Ter necessidade de gritar para que comprendesses a lírica
Sem obstáculos na frente, sem barreias
Sem haver necessidades de eu estar atrás de trincheiras
Que tudo corresse de vento-em-poupa
Sem fazer de conta sem passar por lomba
Alguma que não houvesse revolta
Só existisse um mundo real, sem fantasias, sem mentiras
interresses, malícias, fictícias falas, sem cobiças
Falsas promessas, ódio, as remessas
Sorrir sem temer que a situação se torne inversa
Às vezes preciso de uma alma gémea, um flavor
Uma luz que se mantenha sempre acesa, um calor
Que me mantenha quente e seco apesar da tempestade
Para ver se de algo tenho vontade
Por vezes preciso mesmo de me evadir
Deixar a razão de lado para poder sentir
Preciso manter as forças para me levantar quando cair
Fugir desta realidade que não me deixa dormir
Como deve ser, corromper o meu próprio ser
Com belas ideias, paixão por assim dizer
Devido à malaick sequela
Devido à raiva que transmite um rasgão de um artista numa tela
De ver coisas benéficas, fazer coisas benéficas
Preciso de constantemente fazer terapias poéticas
Da porção de negatividade
Escapulir da trajectória que me guia em direcção à maldade
Dessas ondas que danificam o meu controlo emocional
Já é normal, mas eu dobro tudo isso com uma viagem verbal».