Sexta-feira, 28 de Novembro de 2008

Arte de Lata

Artista de «graffitis», Colman é, aos 22 anos, conhecedor desta arte de rua e da cultura que a rodeia. No Barreiro, vive e respira «hip hop» e divulga o «street wear» na loja B-Tag. Recusa o rótulo de marginalidade e menoridade atribuído às pinturas que salpicam - legal e ilegalmente - muros, paredes, autocarros e comboios. Para ele, o «graffiti» é uma profissão.

A galeria de Colman - baptizado Emitério Guerreiro dos Santos, embora poucos o conheçam por este nome - é a via pública, mas também tem trabalhos, por todo o país, em diversas casas: de bares a discotecas, de infantários a interiores de lojas, fez de tudo na área do «pintar legal» (com autorização).

Para pintar ilegalmente, usa outro «tag» - assinatura de combate pela qual se afirma e dá a conhecer -, um que não o identifique porque «'graffiti' sem pintar à noite, sem aquela adrenalina, não é 'graffiti'.» Tão calmo e pausado a falar, Colman vibra quando fala dos momentos passados com os «sprays» em frente às paredes. Ser um dos vencedores da «Geração Fantástica» foi o reconhecimento da arte, mas continua a revelar-se modesto: «Tive sorte por ser seleccionado, havia muita gente.» Catarina Furtado pensa de outra forma, recorda-se que «ele tinha uma garra! Era um puto informado, que vinha contrariar a ideia do marginal. E sentia uma paixão pelos 'graffitis'...»

Defensor da classe, o jovem explica que a violência e os gangs não têm que se lhe associar. Quando os «writers» - os que fazem os «graffitis» - não se entendem, «crossam» as pinturas uns dos outros, isto é, desenham por cima do trabalho da pessoa com quem mantêm divergências.

O grupo de amigos com quem Colman costuma pintar, a sua «crew», é a RVA (Representa o Vale da Amoreira), formada pelos quatro ou cinco amigos que são «como irmãos». Nos trabalhos que faz fora, costuma chamar um desses amigos.

O interior de uma loja de «street wear», por exemplo, pode demorar cinco dias a pintar, num horário rígido das 9 às 24 horas. E tem regras, inerentes à cultura do «hip hop», que passam ao lado do leigo: sempre representados estão o DJ, com a mesa de mistura; o MC, com o microfone; o «breakdancer» B-Boy; e o próprio «writer», com a lata de «spray». Depois, só é preciso harmonizar cores e, com engenho, fazer nascer a arte. Haja quem lhe dê valor.

 

Rita Silva

 

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publicado por TheWriters às 19:25
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